Assista acima ao trecho do filme Hanna e suas irmãs
e veja ao final do post a versão musicada do poema de E.E. Cummings por Zeca Baleiro
e veja ao final do post a versão musicada do poema de E.E. Cummings por Zeca Baleiro
Mesmo que eu adore ler e escrever, não posso negar. Eu como o mundo é com os olhos. Sou da geração do cinema e ainda peguei filas para conferir bons filmes em salas gigantes do meu saudoso Rio de Janeiro (Hoje a maioria transformada em templos religiosos.)
Ontem fui assistir “Rio” com minha família e amigos. E não é que me deparei com filas novamente? São os tempos do 3D que andam levando centenas de volta à telona. Mas, tirada a sensação dos óculos que nos permitem a sensação do tridimensional, onde estão os filmes que sacudiam o nosso pensamento?
Antes de continuar, preciso dizer que Rio é um bom filme para o que se pretende. Meu filho de sete anos adorou. Ponto.
Tenho saudades do tempo em que saíamos de casa para assistir ao último filme do Wood Allen. Não importava a temática. Importava o autor. Hoje saímos de casa para assistir a sequencia de algum filme que deu certo na versão I, II, III = resultado certo de bilheteria.
A audácia ficou restrita ao século XIX? Por onde anda o prazer e o gozo pelo experimento?
É tudo milimetricamente calculado: o filme, a venda casada com brinde da avezinha do filme (deste eu escapei!), o combo de pipoca + refrigerante. Eu saí de casa para assistir cinema, onde está escrito que eu teria que ingerir pipoca transgênica com um big copo de refrigerante??? Ver as pessoas repetindo os mesmos atos trouxe à minha mente a imagem Tempos Modernos, do imortal Charles Chaplin.
Na minha adolescência era proibido entrar com comida nas grandes salas. Não ficarei espantada se daqui a alguns dias for instituído o intervalo nas seções para venda de mais comida. Talvez façam isso com os jogos de futebol, a exemplo do que acontece com o basebol norte-americano.
Voltando ao tema principal, por onde andam os grandes diretores do cinema? Chaplin, Fellini, Vittorio de Sica, Win Wenders. Pessoas que eram odiadas ou amadas, mas nunca indiferentes.
O cinema autoral acabou. Não há espaço para novas fórmulas.
Ando carecendo de pensamentos oxigenantes, pessoas inteligentes e papos criativos. Bem humorados, sempre, mas de crítica avinagrada, este é o gosto de quem lhes escreve.
Caio o pano por aqui. Vou dar um giro pelos blogs amigos em busca de vida sagaz. Infelizmente, fui ao cinema e voltei com falta de ar. Acho que foi o ar condicionado do Shopping. Tenho alergia às obviedades.
Poema de Edward Estlin Cummings por Zeca Baleiro
somewhere i have never travelled, gladly beyond
somewhere i have never travelled, gladly beyond
any experience, your eyes have their silence:
in your most frail gesture are things which enclose me,
or which i cannot touch because they are too near
your slightest look easily will unclose me
though i have closed myself as fingers,
you open always petal by petal myself as Spring opens
(touching skilfully, mysteriously) her first rose
or if your wish be to close me, i and
my life will shut very beautifully, suddenly,
as when the heart of this flower imagines
the snow carefully everywhere descending;
nothing which we are to perceive in this world equals
the power of your intense fragility: whose texture
compels me with the color of its countries,
rendering death and forever with each breathing
(i do not know what it is about you that closes
and opens;only something in me understands
the voice of your eyes is deeper than all roses)
nobody, not even the rain, has such small hands
É amiga infelizmente vc te razão o cinema não é mais como era antes,... hj a maioria das grandes salas são templos evangelicos,... ua pena.
ResponderExcluirHj ainda gosto de ir ao cinema mas meu marido não snif snif,... então quando vou é com minhas filhas ou amigas tbem não deixa de ser engraçado,... mas não é a mesma coisa,... gostei muito do seu texto,...
Tenha um lindo fim de semana e Feliz pascoa pra vc e toda sua familia ...
bjinhs
Lá no meu perfil
ResponderExcluirfalando sobre cinema
disse que deixei de ir
desde que se comem pipocas na sala
Podia, se tivesse espaço, dizer tudo o que a Malu disse aqui...
Hoje o tempo não pára para se saborear o momento, nem o momento é criado para ser saboreado. Mas talvez lhe agrade um poco de Conversa... Avinagrada. Dessa por si falada.
Boa Páscoa
Bom...
ResponderExcluir"the snow carefully everywhere descending"
Você arrasou! Chapling... Felini...Wood Allen...
Sabe que não tive a sorte de vê-los no cinema...
Amanhã vou ver RIO... imagino o enlatadão que deva ser... como vc disse : para o que se pretende é um bom filme...
Estamos aguardando o retorno dos gênios.. mas o que me assusta.. é que talvez eles existam... mas o mercado só deixa o óbvio...
Beijos!
Nossa falei muito!...rssss
O cinema das antigas telonas é uma lembrança que não se apaga.
ResponderExcluirBj.
Querida Malu,
ResponderExcluirCompartilho o seu “desespero”....rsrs
Juntando aos citados, onde estão Martin Scorsese, Pedro Almodóvar, James Cameron, Ford, Steven Spielberg, Stanley Kubrick, Orson Welles, Alfred Hitchcock, Clint Eastwood, Akira Kurosawa, David Lynch, Bertolucci, Bergman, Coppola, George Lucas e tantos outros?
Eu não vou mais ao cinema, perdi todo o T...
Prefiro meus DVDs
bjos
Pois é Lufe, você citou bem. Também prefiro os DVDs, mas ainda rola um cineminha com a ala kid, você me entende.
ResponderExcluirDepois deste post hoje vou até alugar alguns filmes antigos.
beijo grande,
Guará, cinema bom não se esquece mesmo. E dá vontade de rever e rever. Pena que acabou.
ResponderExcluirAlexandre, sobre as idéias revolucionárias, é impressionante como Aldous Huxley anda atual.
ResponderExcluirSobre o Rio, o filme, vale ser visto pela animação etc. Mas não teve como fugir ao Rio de Disney. também, em um filme para crianças, não poderia ser diferente. Para adultos, temos Cidade de Deus, ok?
Só senti falta no final de uma autoridade que prendesse os contrabandistas. Será que os autores ficaram com medo de virarem piada? Cadê o Capitão Nascimento??? rss
Willina, a questão é exatamente esta. Em algum lugar fora da Matrix existe vida pensante. O problema é que não se dá luz à ela. Nada pessoa, você me entede. Apenas business.
ResponderExcluirRogério, o tempo anda escasso até para lermos os amigos queridos rss. Porque leitura boa tem que ser sorvada aos poucos. Neste feriado te ponho em dia !
ResponderExcluirBeijo grande,
Minha querida feiticeira. Vamos ao cinema como diversão barata. Ir ou não ir é a mesma coisa. É puro entretenimento. Tanto faz cinema ou pracinha com sorvete. O pensar, o refletir, este temos que exercitar de outra maneira, se não atrofia e morremos todos emburrecidos.
ResponderExcluirBom fim de semana para você também. Aproveite o sol e a lua. Os astros nos energizam a mente e o coração.
Beijo grande,
Malu
ResponderExcluirPassei apenas para desejar uma Feliz Páscoa.
Beijinho
Olá Malu!
ResponderExcluirConfesso que estou até meio envergonhada de nunca ter vindo aqui. Por mais que pareça estranho, eu pensava que vc era outra pessoa e que estava a responder aos seus comentários no Banzai... noutro blogue...parece confuso, mas é verdade. Desculpe!
O cinema de autor e de culto, parece de facto ter terminado, com algumas excepções. Agora poucas vezes me arrastam até um cinema. Prefiro um DVD em casa...sem pipocas, mas com o filme escolhido por mim.
Há filmes antigos que comprei para poder ver mais do que uma vez...Bertolucci, Fassbinder.
Há algum cinema novo de que gosto, Sofia Coppola,Ang Lee...
E claro os Japoneses...
A lástima é que a ausência de voz não é exclusiva do cinema, também a literatura se tornou numa passerelle de efeitos especiais...
Beijo carinhoso
Sabe eu gosto muito de cinema e foi bom ler aqui nomes tão importantes, como Woody Allen, Wim Wenders, deu saudades.Já te sigo, se puder visite meu espaço poético, link abaixo,beijos.
ResponderExcluirventosnaprimavera.blogspot.com
Malu, nunca gostei de filmes...
ResponderExcluirAh.,.gostei de alguns poucos...As Pontes de Madson, FlashDance, Fome de viver, e todos os demais com meryl Streep.
Obrigada paelo seu comentário...Olha, eu sou uma alma intensa, sôfrega, à la Florbela Espanca.. Nao sou feliz vivendo a rotina do dia a dia...Gosto de voar...ser livre...eu sou uma cigana que estava aprisionada num castelo mas que, brevemente, eu vou dar asas á minha imagiancao....kkkk
Grace, você, aprisionada? rss Só se for no máximo um descanso básico. Tipo cochilo no sofá, entende?
ResponderExcluirBeijo grande,
Ainda não fui assistir esse, mas amooooo cinema!
ResponderExcluirMas já ouviu falar da crise que anda em Hollywood...por que será...???
Linda, amei seu blog e por isso te linkei no meu.
Espero sua visitinha por lá:
www.comoascerejasdaminhajanela.blogspot.com
Beijos! Liz
Oi Malu, o selo Ventos na Primavera, é um quadro da artista plástica Gabriela Boechat, inspirado no poema Ventos na Primavera,de minha autoria, e também capa do meu livro Ventos na Primavera.Beijos.
ResponderExcluirSomos uma sociedade de consumo, não há "tempo" para barganhar o produto que somos, então optamos por formulas aceitas do grande público.
ResponderExcluirAcho que é isto.
Fique Deus, menina Malu Machado.
Um abraço.