Definitivamente tenho uma incompatibilidade com tapetes. Falo daqueles grandes, felpudos, que decoram o chão em baixo da mesa de jantar.
Por de baixo do tapete sempre se esconde alguma coisa não muito agradável.
Restos de comida, poeira mal varrida, chão arranhado. O cheiro de casa fechada é mais forte quando se há tapetes espessos.Tapetes são como pessoas obscuras. Acumulam sujeiras e me causam alergia.
Tenho alergia crônica à falsidade.
A recente decisão do Supremo Tribunal Federal aprovando a interrupção da gravidez de anencéfalos me deu vontade de escrever e pensar sobre o assunto. Há anos sou ativista do parto humanizado e do respeito ao direito da mulher escolher o seu parto. Digo isso porque, misteriosamente, embora pesquisas apontem que cerca de 70% a 80% das mulheres brasileiras desejam um parto normal para os seus filhos, apenas uma média de 10% conseguem. Veja artigo publicado no site Guia do Bebe.
A mulher do século XXI, vivendo no mundo ocidental, ainda sofre muita violência. E existe um tipo de violência pouco discutida e pouco difundida em nossa sociedade. Todos os dias, centenas de mulheres são violentadas no momento que lhe deveria ser mais sagrado, o momento do nascimento de um filho. E o mais absurdo ainda, a grande maioria nem chega a ter consciência desta violência. Outras acreditam que é assim mesmo que deve ser.
No Brasil de hoje, se uma grávida tem um plano de saúde e tiver condições financeiras para um parto particular, pode contar que será levada a ser submetida a uma cesariana. Ótimo, se este for o desejo da futura mamãe. Mas o que dizer da enorme estatística que inicia uma gestação sonhando com um parto normal que não se realiza? Enquanto isso no SUS, mulheres são moralmente agredidas com frases do tipo ”na hora de fazer, você não pensou na dor, agora aguenta”. Achou forte? Mas é bem mais comum do que o leitor imagina. E não para só por aí.
O que tem de comum entre a decisão do Supremo e o desejo feminino de se ter um parto normal? Direito de escolha. Este é o ponto. E quando este direito é negado, seja legalmente, seja por desculpas mal dadas que levam milhares de mulheres a uma cirurgia cesariana todos os dias, este é sim também um ato de violência.
Sobre a falsidade, quero apenas dizer que parabenizo médicos cesaristas que deixam claro na primeira consulta que não fazem parto normal. Eles, pelo menos, dão a gestante a oportunidade de saírem de seus consultórios e buscarem (sabe lá aonde ainda existam) profissionais dispostos a apoiá-las em suas escolhas.
Em tempo, cesariana é muito bem-vinda. Apenas em casos de verdadeira necessidade.
Por de baixo do tapete sempre se esconde alguma coisa não muito agradável.
Restos de comida, poeira mal varrida, chão arranhado. O cheiro de casa fechada é mais forte quando se há tapetes espessos.Tapetes são como pessoas obscuras. Acumulam sujeiras e me causam alergia.
Tenho alergia crônica à falsidade.
A recente decisão do Supremo Tribunal Federal aprovando a interrupção da gravidez de anencéfalos me deu vontade de escrever e pensar sobre o assunto. Há anos sou ativista do parto humanizado e do respeito ao direito da mulher escolher o seu parto. Digo isso porque, misteriosamente, embora pesquisas apontem que cerca de 70% a 80% das mulheres brasileiras desejam um parto normal para os seus filhos, apenas uma média de 10% conseguem. Veja artigo publicado no site Guia do Bebe.
A mulher do século XXI, vivendo no mundo ocidental, ainda sofre muita violência. E existe um tipo de violência pouco discutida e pouco difundida em nossa sociedade. Todos os dias, centenas de mulheres são violentadas no momento que lhe deveria ser mais sagrado, o momento do nascimento de um filho. E o mais absurdo ainda, a grande maioria nem chega a ter consciência desta violência. Outras acreditam que é assim mesmo que deve ser.
No Brasil de hoje, se uma grávida tem um plano de saúde e tiver condições financeiras para um parto particular, pode contar que será levada a ser submetida a uma cesariana. Ótimo, se este for o desejo da futura mamãe. Mas o que dizer da enorme estatística que inicia uma gestação sonhando com um parto normal que não se realiza? Enquanto isso no SUS, mulheres são moralmente agredidas com frases do tipo ”na hora de fazer, você não pensou na dor, agora aguenta”. Achou forte? Mas é bem mais comum do que o leitor imagina. E não para só por aí.
O que tem de comum entre a decisão do Supremo e o desejo feminino de se ter um parto normal? Direito de escolha. Este é o ponto. E quando este direito é negado, seja legalmente, seja por desculpas mal dadas que levam milhares de mulheres a uma cirurgia cesariana todos os dias, este é sim também um ato de violência.
Sobre a falsidade, quero apenas dizer que parabenizo médicos cesaristas que deixam claro na primeira consulta que não fazem parto normal. Eles, pelo menos, dão a gestante a oportunidade de saírem de seus consultórios e buscarem (sabe lá aonde ainda existam) profissionais dispostos a apoiá-las em suas escolhas.
Em tempo, cesariana é muito bem-vinda. Apenas em casos de verdadeira necessidade.
Malu
ResponderExcluirUm tema forte que tem muito que falar sobre este assunto.No entanto ainda muita existe muita violência por todo mundo, minha filha foi vitima durante 14 anos.
Quanto às cesarianas por norma só são feitas quando o parto não é fácil normal, a minha filha fez 2 cesarianas em 11 meses, mas infelizmente o ultimo bebe morreu com 6 mesinhos.
Beijinho e uma flor
Querida Adélia, não saberia te dizer a realidade de Portugal. Aqui no Brasil está se tornando a coisa mais rara uma mulher ter um filho por parto normal. Mesmo que queira.
ResponderExcluirBeijos,
Malu, esse tema sobre parto, aborto, cesariana, me afetam profundamente. Primeiro, porque já estive grávida e sofri um aborto espontâneo. Não existe dor pior ( vou levar comigo, pelo resto da vida). Sou a favor da vida e contra qualquer forma de interrompê-la. Sei que cada caso é um caso, mas somente Deus pode dar a vida e acreditoque somente Ele pode tirar a vida de alguém. O ser humano tem se tornado muito arrogante e se acha capaz de tomar certas decisões que muito me preocupam. O que falta é melhores condições de vida para todos, melhor partilha dos bens materiais e da acessibilidade aos bons serviços de saúde. Em relação à cesária, não posso opinar. Seria minha opção, até pela minha idade, na época. Acabou que não foi nem parto normal, ne cesária: foi curetagem. Mas, de qualquer forma, reforço a importância da humanização dos serviços de saúde e o respeito à vida humana.
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