(Adaptado com conto
Muitas Luas de Jhames Thurber)
Uma pequena história de como
encontramos respostas dentro de nós mesmas ou sobre a importância de ouvir o
outro.
“E da sua simplicidade ela
desejou a lua. E seu pai, o rei, mandou chamar o médico real, pois a menina
adoentada não mais levantava de sua cama. Vieram o médico real, o camareiro
real, o mágico real, o matemático real, e nenhum deles sabia como o rei poderia
dar a lua para a princesinha. Desesperado, o rei chamou o bobo real. Que sem
mais demoras foi ao quarto da criança e perguntou: Porque está tão triste,
minha princesa? O que traria a alegria de volta aos seus olhos? E a princesa
disse que se sentiria melhor se tivesse a lua.
- Apenas isso, princesa? Pois
amanhã ao entardecer, quando a lua começar a apontar no céu e estiver ao
alcance dos galhos mais altos daquela árvore, eu subirei até lá e te trarei a
lua. A princesa ficou alegre com as suas palavras. Antes de sair, porém, o Bobo
real perguntou:
- Princesa, de que é feita a
lua?
- Ora seu bobinho. Todo mundo sabe
que a lua é feita de ouro.
E o bobo real saiu bem depressa
e foi à procura do ourives real e lhe pediu que fizesse uma esfera de ouro para
a princesa. Ao terminar o trabalho, o bobo disse:
- Acabastes de fazer a lua,
meu amigo!
- Ora, mas todos sabem que a
lua fica a 800 mil km de distância da
Terra, é feita de bronze e se parece com uma bola de gude!
- Isso é o que você pensa,
disse o bobo da corte que saiu com a lua entre as mãos.
Ao anoitecer, ele subiu no
galho mais alto da árvore próxima à janela da princesa. E, em um movimento
acrobático, se esticou para frente pegando a lua. Então ele entregou a pequena
lua de ouro para a princesa, fechou as cortinas e esperou a menina adormecer.
No dia seguinte, a princesinha
saiu alegre pelo jardim do reino totalmente recuperada. Mas o rei estava
preocupado. Quando a noite caísse, a lua iria surgir e a menina iria perceber
que a lua que tinha em suas mãos não era mesmo a lua.
Mais uma vez ele chamou os
homens mais sábios do reino. Mas ninguém conseguiu encontrar uma solução.
Então, chamou o bobo real. Que
disse:
- A princesa, meu rei, é a mais sábia de todos os seus súditos. Ela mesma nos dará a resposta. E antes que o rei pudesse fazer alguma coisa para impedi-lo, o bobo real entrou no quarto da princesa no mesmo instante em que a lua já surgia no firmamento. Com cara de triste, perguntou:
- Princesa, como pode a lua
estar no céu se ela está também em suas mãos?
- Ora seu tolinho, é bem
simples, respondeu a princesa. Quando eu perco um dente, não nasce outro em seu
lugar? É a mesma coisa com a lua. Acho que é a mesma coisa com tudo.
A voz da menina foi
tornando-se baixa até que ela adormeceu. O Bobo, antes de sair do quarto, foi
até a janela e piscou para a lua, porque lhe pareceu que ela piscava para ele. “
Gostei demais! Quanta beleza e simplicidade na história!Parabéns!
ResponderExcluirOi Maristela ! Obrigada, mas lembrando que fiz a adaptação. Este texto não é meu. Aliás, só por curiosidade, é o segundo que escrevo aqui que não é meu. O primeiro foi um conto adaptado também.
ExcluirOi, Malu!
ResponderExcluirGostei da adaptação desse lindo texto, principalmente em dias quando a lua está a brilhar lindamente nos céus do Brasil.
A importância de ouvir o outro hoje em dia, não está sendo muito respeitada, mas ainda há pessoas que prezam por isso, eu mesma sou assim, ouço bastante as pessoas e gosto de falar também.
um grande abraço carioca
Oi Beth! Eu também escuto muito o outro e percebo o quanto a recíproca não é verdadeira. Não que a gente escute esperando retorno, mas tem uma hora que cansa. A gente escuta tanto e ninguém por perto para te escutar. Acho que por isso gosto de escrever tanto sobre esse tema. Quem sabe desperta ! Obrigada pela leitura, amiga!
ExcluirMoral da história :
ResponderExcluirNão importa a pergunta. A melhor resposta é aquela que nós queremos ouvir.