Tenho um admirador mirim. Ele tem apenas 5 anos e hoje me ofereceu flores. Precisamente um infinito de flores e 1, que é mais do que o infinito, em suas primeiras noções de matemática.
Existe algo mais bonito do que um filho amando sua mãe? O mundo é belo, porque eu existo para esta criaturinha.
A responsabilidade é proporcional ao tamanho deste amor, ou seja, no meu caso, o infinito e 1.
A maternidade é um acontecimento que não se explica, se vivencia. Existem mães de todos os tipos e cores. Mães que não queriam ser, mães que querem ser, mas não sabem como ser, mães que abrem mão de tudo só para serem mães, mães que não querem abrir mão de nada.
Minha gravidez foi daquelas bem programadas. Esperamos pouco tempo e logo ele veio. O parto seria um parto, não uma cirurgia eletiva.
No entanto, este capítulo foi retirado do meu controle, e, como tantas mulheres (brasileiras ou não), desavisadas e crentes em uma medicina que deveria respeitar as suas escolhas, acabei em um centro cirúrgico, sem saber que aquele ato era completamente desnecessário.
E algumas pessoas acreditam que poderia ter sido diferente, se o meu empoderamento fosse maior. Faltou conhecimento e forças. Mas como culpar uma gestante fragilizada no momento em que deveria estar sendo mais amparada pelos profissionais de saúde?
Outras acham tudo uma bobagem, afinal, o que vale é ter o filho com saúde, não é mesmo?
Muitos nunca irão compreender este dilema, mas há um grito silencioso em inúmeras mulheres pelo mundo, que tiveram seus direitos violados na hora em que deveria lhes ser a mais sagrada. Um infinito e 1 de mulheres.
A amamentação foi a minha revanche. A vitória veio com o aleitamento materno até os dois anos e um mês. Nós precisávamos desse aconchego. Eu estava de novo no comando das escolhas e, desde então, tudo vem correndo bem. Conflitos, dúvidas, angústias, amor.
A dor do parto contido vai ficando velada, distante, diante de cada conquista deste menino, cada aprendizado que ele me traz. Juntos, vamos reinventando o mundo, descobrindo que a roda gira, que a vela é mágica, que uma caixa de papelão pode virar um touro, ou um barco, ou um ninho. Ainda dói. Vai doer sempre. Mas a vida continua.
Olá Malu! Não conhecia seu blog, cheguei até esse post pela indicação de uma amiga, e adorei! Poderia ter sido escrito por mim... A minha dor do não-parto não parece ficar distante, mas o tempo é o melhor remédio. Espero que um dia eu possa pensar assim como você... Parabéns pelo lindo texto!
ResponderExcluirLindo texto, me emocionei. Me cobrei ser mais mãe, brincar mais, sentir mais...Beijo, Malu!
ResponderExcluirQue lindo mesmo!
ResponderExcluirE é isso! Nada paga o preço de um filho saudável e feliz.
Um beijo
Malu, meu parto foi normal,mas também tive uma surpresinha...Lembra?
ResponderExcluirO Noézinho nasceu de 7 meses e muito pequenininho (com 2kg),apesar dele nascer antes da hora o parto foi tranquilo...tranquilo...E no final deu tudo certo.
Acho que tem um dedinho do destino em tudo.
O mais importante é que eles estão aqui, saudáveis e a cada dia nos dão mais e mais felicidade!
Beijo.
Nanda, entrei no seu blog e vi que vc tem 22 anos. Nova de mais para uma cesárea, não é? Temos que aprender a conviver com a violência deste não-parto. Mas sim, existem outros motivos para sorrir.
ResponderExcluirObrigada pela visita,
Malu
Estava aguardando ansiosa sua próxima postagem.
ResponderExcluirAdoroseus post. Já até indiquei seu blog esubí seu bloglá no diretório de blogs....rsrsr
Só não conseguí achar onde vc postou seu comentário no meu blog.
Beijos...
Oi Malu...
ResponderExcluirDesculpe, eu acabei achando sua resposta.
Meu nome é Isis, porisso poderosa ponto com....rsrs
Esquecí até de comentar, que enbora tenha ficado um pouco aflita,eu ví o video. Imagens de parto me deixam aflita, mas engraçado... essas imagem mostraram mulheres calmas e tudo num clima de naturalidade.Exceto quando mãe e filho correm risco de vida, eu acho que hospital não é o melhor lugar pra uma criança começar a vida.
Hoje eu tô meio atacada,deve ser a sexta-feira 13....rsrsr
Beijos...
Oi Malu,
ResponderExcluirVc me deixou emocionada! Vi este vídeo na semana em que o meu Rafa estava para chegar e foi tão especial! Agora estou revivendo parte de toda a alegria que vivi naquele dia! Sei o quanto vc desejaria viver esta experiência, mas seu caminho com seu filhote é pleno e verdadeiro, vcs ainda viverão muitos " partos" juntos, que com certeza a farão muito realizada!
Te adoro!
Beijos...
Aline
"Mas como culpar uma gestante fragilizada no momento em que deveria estar sendo mais amparada pelos profissionais de saúde?"
ResponderExcluirMalu, a gestante/mulher não tem culpa de nada. Mas tem responsabilidades. *Tudo* que acontece conosco é responsabilidade nossa. É o onus do livre arbítrio. :-P A vida é feita de escolhas em todos os níveis. Nosso crescimento emocional e espiritual está em aprender a fazer as melhores escolhas. Ingrato ou não, aprendemos isso de forma mais efetiva justamente quando fazemos as piores escolhas. ;) Como disse Kalu (e eu coloquei isso no meu blog também): "Algumas vezes as coisas não acontecem como imaginamos, mas sempre é como precisamos. Antes de vir a Terra escolhemos nossos desafios e eles servirão para exercitar nossas virtudes. Tudo está certo e sempre está".
Grande beijo,
--Polly
Malu querida, quanta sensibilidade! Estou adorando esse seu espaço, ao mesmo tempo acolhedor e instigante... Parabéns por se fazer "ouvir" de forma tão delicada. É bom poder entender o que se passa na mente e no coração das pessoas que, aos pouquinhos, aprendemos a admirar e, por isso mesmo, a amar... Vá em frente! E mais uma vez, parabéns pela iniciativa. O blog está lindo!
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