Páginas
"Absinto" é uma bebida destilada feito da erva Artemisia absinthium. Anis, funcho e por vezes outras ervas compõem a bebida. Ela foi criada e utilizada primeiramente como remédio pelo Dr. Pierre Ordinaire, médico francês que vivia em Couvet na Suíça por volta de 1792.É também conhecido popularmente de fada verde em virtude de um suposto efeito alucinógeno. Absinto, o blog, é um espaço para delírios pessoais e coletivos. Absinte-se e boa leitura.
sábado, 7 de agosto de 2010
Sobre Josés e Marias
Maria estava agora com 36 anos e, dos anos vividos com José, não tiveram filhos. José e Maria queriam muito uma criança. Um dia, uma amiga lhe contou que outra Maria estava para ter um bebê e que iria dá-lo para adoção.
Maria também tinha 36 anos e este seria o seu sexto filho. A filha mais nova de Maria tinha agora 2 anos de idade. Maria, sem companheiro, fez uma escolha difícil.
Maria, a mãe adotiva, teve a graça de acompanhar o parto da mãe biológica. Era um menino. Um novo José que chegava a este mundo.
E foi neste momento que aconteceu um episódio raro nas histórias de adoção. A mãe do novo José teve seu menino de parto normal, acompanhada da mulher que iria receber sua criança, e, mesmo sabendo que ele seria adotado, o amamentou. Nas primeiras horas de vida de seu filho, ela o amamentou.
Maria, a mãe adotiva, não presenciou este momento, dedicado apenas à mãe que com toda certeza despediu-se de seu filho. Talvez não com palavras (quem sabe), talvez apenas com o olhar.
Dois dias antes de tomar conhecimento desta história, por pura obra do acaso, em meio a Semana Mundial de Aleitamento Materno, ouvi a palestra de uma amiga que, em certo momento falou da amamentação em crianças adotivas:
“Quem for adotar uma criança, nunca a receba em sua casa com uma grande festa. Receba-a com alegria, sim, mas considerando a sua dor. Ela acaba de perder a mãe que a gerou. Bom seria se essa mãe tivesse a oportunidade de se despedir antes de entregar este filho para adoção. Infelizmente, o que acontece é o contrário. Muitas preferem nem ver a criança para não se apegar. Bom seria se essa criança fosse amamentada por sua mãe biológica e soubesse, por meio das mensagens sensoriais, que ela o ama, e que o ato de concedê-lo em adoção é um ato de amor.”
Os josés e marias dessa narrativa, por puro instinto, tiveram a sabedoria desse gesto. Escrevo para, de algum modo, perpetuar esta história, para que outras pessoas, mesmo poucas, a conheçam. Escrevo como uma Maria que amamentou seu José.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Lindo e emocionante!!! Adotar uma criança é um profundo ato de amor, onde o amor será estraegia fundamental para o sucesso deste ato. Beijos. Mara
ResponderExcluirLindo o texto e a história! Espero um dia poder realizar o sonho de adotar uma criança e dar um novo futuro a algum pequenino...
ResponderExcluirSegui o link que voce enviou pela PP. Muito lindo, adorei ler. Que todas as Marias do mundo um dia possam se sentir maes de todos os Joses do mundo, e estes saibam que tem o amor de milhoes de maes.
ResponderExcluirPor que vc ainda nao escreveu um livro de contos ou ainda, um romance?
ResponderExcluirComplexamente simples.
Charmosamente romantico.
Dolorosamente adorável.
Traduzindo; gostei demais.....
Que história mais linda!
ResponderExcluirJefhcardoso do
http://jefhcardoso.blogspot.com
Lindo Malu!
ResponderExcluirNunca tinha ouvido uma história assim! Achava que só nos sonhos.
Escrita por você ganhou um colorido especial.
Beijo carinhoso.
Carol