Rafael tem 15 anos e arrumou namoradinha.
Vai à casa da menina no fim de semana e não volta para a casa.
Rafael leva bronca da assistente social. Rafael é abrigado.
A moça pega Rafael pelo braço e vai até a família da menina.
“Olha”, ela diz, “Rafael é um ótimo menino, espero que o namoro seja muito bom para os dois, mas eu sou responsável por ele e ele tem que voltar para dormir em casa”.
Rafael gosta, fica orgulhoso. Alguém zela por ele.
Daqui a pouco Rafael vai fazer 18 anos e terá que sair do abrigo.
Para onde ele vai? Não se sabe.
Pratica esportes, ganha medalhas.
Sonha em arranjar um bom emprego.
Vai à escola e é esforçado, mas a vida não lhe permitiu notas para passar em um vestibular.
Mesmo assim Rafael está feliz, porque está amando.
No Brasil a adoção acontece até os cinco anos de idade.
Depois disso as estatísticas não são nada animadoras.
E a maioridade oferece a esses meninos e meninas o portão da rua.
Os abrigos sérios fazem esforços para dar condições para que estas crianças e adolescentes tenham o maior contato possível com o outro lado do muro.
Eles precisam crescer.
Nas primeiras vezes que saem do abrigo eles seguram forte nas mãos dos educadores, têm receio de atravessar uma rua, não sabem como pegar um ônibus.
Há todo um trabalho para que eles se sintam seguros e conquistem independência. Como namorar.
Rafael é o nome do meu filho de sete anos. Se ele estivesse em um abrigo, não teria mais chances de ser adotado.
Penso nos dois e na distância de amor, carinho e atenção. Mas Rafael tem sorte de estar no abrigo em que está. Mesmo de um jeito diferente, ele encontrou um lar.
Perto de você, em sua cidade, há meninos e meninas que precisam de exemplos neste longo caminho para o amadurecimento.
Faça uma visita a eles, leve-os para passear, promova um lanche diferente, um dia de jogos e brincadeiras, cinema com pipoca, pague um curso, dê um curso.
Muito mais do que dinheiro, eles precisam de afeto.
Olá Malu. linda postagem. mexe e cutuca muito a gente. pelo menos, no mínimo o que provoca é nosso pensamento. Nossas obrigações sociais, nossa religião. um dia lindo para vc. parabéns.
ResponderExcluirGostei demais da "piadinha" do Sarau...
ResponderExcluirSe for pra deixar o paciente realmente bem, um bom Sarau poético ajuda pra caramba!!!
Uhuuuu...
Obrigadoo pela dica...rs
Nossa! Estava de saída do pc quando parei nas atualizações e me fixei na imagem e no título do texto.
ResponderExcluirVim e li num fôlego só! Meus olhos se encheram de lágrimas, sou mãe de um de 10 e outra de 3. Você poderia me fazer chorar o quanto quisesse, mas tua intenção é alertar, talvez também pôr para fora, expor.
Você poderia me fazer chorar quanto quisesse pois escreveu tão lindo, tão verdadeiro e sentido...
Um beijo no coração!
Suzana/LILY
Lily,
ResponderExcluirEu também chorei.
Bj,
Muito legal, Malú. Vcê trouxe um tema muito importante e tão dificil de ser abordado de uma maneira delicada. Parabéns!
ResponderExcluirBj
Vilma
Pertinente, importante, atual, sensibilizador, direto, expontaneo.
ResponderExcluirVocê foi direto ao ponto.
É um alerta e um cutucão em nossos corações. A gente faz tão pouco.
E as vezes um pouco é muito, para quem não tem nada.
Obrigado, querida Malu, por este cutucão, esta sacudida.
Na verdade não existe a questão do tempo, do dinheiro. Existe a questão do quere.....
bjos
Aí Malu... essas chamadas são tão importantes quanto constrangedoras.
ResponderExcluirQuando li lembrei de mim, adolecente cheia de vontade e inciativas para ajudar o mundo... e aí vai-se adultecendo e o tempo diz que o tempo que sobra dessa correria toda é só seu, não dá pra dividir... Aí Malu, quando a gente lê uma coisa linda dessas aqui a gente só quer saber onde estava aquela menina sonhadora, animada, com esperança e que AGIA...
Esses seres esperançosos e ajudadores... eles estão dentro de nós não é? Só temos de acorda-los.
beijos e parabéns, lindo post!
Linda mensagem mesmo. Sonho em um dia adotar uma criança. Quando posso, visito abrigos. Já fiz trabalhos voluntários na Aldeia S.O.S. É uma delícia. São crianças que precisam de amor e que sabem demonstrar amor!
ResponderExcluirUma bela porrada em todos nós que achamos lindo a adoção, mas só ficamos achando.
ResponderExcluirGostei de sua atitude, agora temos que ter a nossa também.
Bjs.
Salutar essa sua proposta, reclamamos tanto da violência que assola a nossa sociedade e não nos damos conta do nosso papel, como cidadão, para mudar esta situação. Bjos.
ResponderExcluirMalu
ResponderExcluirQuantos Rafaeles nós temos por este mundo fora, infelizmente. Este é um tema muito importante, de uma sensibilidade, mas delicado demais e que não está ao nosso alcance de fazer mudar o sistema de vida de muita gente, quanto a mim não deveriam ser preciso existirem essas casas, seria sinal que viviamos num mundo melhor. Eu criei duas filhotas minhas e tres não minhas que viviam com muita dificuldade. Hoje tenho a casa cheia mas de gatos, sou um coração mole.
Beijinho
Nem imagina quão fundo me toca este seu texto!
ResponderExcluirO drama das crianças sem família é trágico, onde quer que seja.
Uma boa semana.
Malú,
ResponderExcluirSou filha adotiva. Da maternidade pra casa da minha mãe que hoje mora dentro de mim.
Valido tua busca em tocar as demais pessoas com a temática.
Grata pela emoção que me trouxe!
Forte abraço
Amiga xará , como te admiro !
ResponderExcluirSabe tocar na ferida com tanta sensibilidade sem perder o drama real , a seriedade do fato.
Acredite , eu ,volta e meia ,visito
asilos e orfanatos com alguns amigos.
Passamos horas poucas mas muito intensas.E é tão fácil fazer isso.
Bjo Grande e uma Noite de Paz.
PS:
Obrigada pelo carinho e preocupação, estou melhorando ...
Gostei muito do texto. Estou vivendo um momento em que essa leitura vai ajudar muito. Obrigada. A oportunidade é preciosa. Parabéns pela inicitiva.
ResponderExcluirMalu, que linda postagem!
ResponderExcluirE que ótima dica!
Compartilhar um pouco de afeto e atenção com quem não teve a benção de ter uma família...
Eu costumava visitar orfanatos. Depois, com a correria da vida, parei.
Acho que é hora de retomar... ;)
Beijo grande querida
Malu,
ResponderExcluirAdorei!!!!!!!! Vamos dar afeto, viver!!!!!!!
afeto x grana sempre estiveram na ordem do dia e na ausência de uma vida feliz
ResponderExcluirComovente e asssertivo. A realidade em Portugal não é muito diferente e a sua sugestão aplica-se, até porque não tem fronteiras...
ResponderExcluirMesmo que ele não tivesse nota para para passar numa faculdade, ele tem sim garra para viver uma vida bem feliz...
ResponderExcluirFique com Deus, menina Malu Machado.
Um abraço.
É Malu! Essa é a realidade, nua e crua, triste... muito triste. Seu texto nos emociona e faz refletir em como esse sistema é deficiente e em como nós somos impotentes perante ele. Mas ha uma maneira de nos sentirmos menos insignificantes... é contribuindo para ao menos um dia melhor na vida deles!!!
ResponderExcluirMuito obrigada pela dica!
DEUS abençoe voce, seu Rafael e todos os outros.