Será numa tarde com gosto de aula cabulada. Bem no meio da semana.
Ele vai chegar e tocar o sino que serve de campainha.
Melhor seria se pudesse chegar e ir entrando, anunciando-se ao som de palmas.
Antes que alguém me pergunte, as mangas, infelizmente, não nascem no meu quintal. Este é o trato. Eu entro com o lugar, ele com as mangas.
O tempo passou e ainda aguardo o dia desse encontro marcado. As agendas nem sempre permitem honrar compromissos importantes como estes. E a vida vai passando de janeiro a janeiro e cotidianamente adiamos a felicidade.
Na casa da minha avó a porta sempre estava entre aberta até o anoitecer. Até o dia em que roubaram um filtro de barro da casa vizinha e as chaves e trancas passaram a ter serventia em sua cidade.
Mesmo depois disso, o entra e sai de amigos era gostoso de se ver. Um dia, sem avisar, um primo chegou de carro trazendo um tucano que ganhara de um amigo. Tempos em que as leis do país não eram tão precisas quanto a guarda de animais silvestres.
Um dia era um tucano, no outro era um violeiro, era tanta gente que se chegava, trazendo frutas, feijão, galinha, ovos, e amizade.
E os verões eram mais alegres e os invernos mais acolhedores.
Outro dia meu amigo me ligou e me disse todo animado: vou promover a Festa do Morango em Alfredo Vasconcelos e eu, toda alegre com a notícia, logo emendei: então, já que não é tempo de manga, que venham os morangos.
Nesta deliciosa expectativa, fico esperando que o dia de fazer gazeta chegue logo, pois sei que nesta amizade não há o amargor dos morangos de Caio Fernando Abreu, mas apenas a correria das cidades grandes e das almas pequenas.
Que tempo maravilhoso esse que voce descreveu.
ResponderExcluirAinda bem que ele resiste na alma de algumas pessoas.
Bjo grande.
Hummmm.... senti tudo. Me lambuzei de manga ubá... senti o cheirinho da cidade acolhedora, ô de casa...
ResponderExcluirDelicioso o texto Malu! Saudades de visitar o interior destas Minas Gerais! Diz o poeta:
ResponderExcluir- "...morar no interior do seu interior..." Felizes os que convivem com o seu interior tão rico de lembranças e afetos. Um grande beijo.
quero estar tambem nesse dia...
ResponderExcluirMe convida pra comer morango?
ResponderExcluirMalu, como são gostosas suas crônicas...Nos remete a fatos tão remotos e necessários!!! Bjs!
ResponderExcluiramei,amei........vc disse tudo Malu.....temos q arrumar mais tempo p os amigos no meio desta correria de cidade grande.....
ResponderExcluirbjnhos
Eline
LINDO DEMAIS, MALU!
ResponderExcluirEngraçado... este tempo, para mim, tem gostinho de broa da minha avó e cheirinho de fogão à lenha.
ResponderExcluirLembrança que me faz pensar como seria bom se conseguíssemos, por um instante, adiar os passos dos ponteiros do relógio.
Lindo o texto e, como sempre, inspirador!
O que posso dizer depois de ler isso tudo? acho que dizer não! levo os morangos o bater de palmas e o carinho pro bate papo no quintal no meio da semana. Ta todo mundo convidado!
ResponderExcluirBj e obrigado minha querida amiga,
Marco
Adorei as mangas, os morangos e as portas abertas... Quero participar deste bate papo também! Um abraço e parabéns pelo blog,
ResponderExcluirEvandro Medeiros
blz Malu...tb quero participar da tarde de mangas, morangos...pokan...quem sabe uma boa salada de frutas ao final com sorvete de creme....bjos
ResponderExcluirQue lindo e muito poético !!! Me deu saudade de quando eu morava em Liberdade. Era assim mesmo. Aliás, a porta da minha casa ainda fica aberta o dia todo. Que bom que vocês vão poder se encontrar na festa do morango: antes tarde, do que nunca!!
ResponderExcluirAi, que bonito! Adorei, Malu! É de um saudosismo que poderia ser amargo, mas tem a doçura de quem tem fé na vida. Lindo, amiga! Parabéns!
ResponderExcluirObrigada Cláudia. Este é um dos texto que eu mais gosto por aqui.
ExcluirAi, que bonito! O texto é de um saudosismo que poderia ser amargo, mas traz a doçura de quem tem fé na vida e nas pessoas! Lindo, amiga! Parabéns!
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