Para cada pessoa existe um refúgio especial. O meu é Paraty.
Não bastasse toda a magia dos casarios do velho centro, Paraty ainda mantém a ousadia de ter como extensão de suas ruas as águas salgadas que vão além de onde a vista alcança.
Talvez o meu refúgio seja mesmo o mar com sua promessa de mil aventuras, sendo Paraty o meu cadinho de seguridade.
A primeira vez que lá estive, meu coração bateu forte, como se reconhecesse o lugar de toda a minha existência. Desde então, preciso deste ar de maresia mesclado com as tintas dos ateliês e das possibilidades inusitadas que surgem de suas linhas e teares.
Nas vielas, o som de um saxofone convive em harmonia com zamponhas, chocalhos e violas.
Quem é do mar não esconde
Pensamento flutua por entre a espuma branca
A mente um grão que germina
Mansitude, tempestade
Rebeldia, calmaria
Solidão, solitude.
Encontro de peles, temperatura alta
Sem pressa, sem hora, sem demora.
Completamente imersa.
De um lado o mar inebriante, do outro a mata com cenários de jaguatiricas, cachoeiras e alambiques.
Deixo minha Pasárgada com sentimento de amantes que se separam.
No coração o desejo ardente de um breve reencontro.
Parto como um marinheiro sem mar.
Sou um náufrago ao contrário.
Exilada de meu prazer maior, definho até a última gota de sal,
quando é tempo de regressar.
Alto Mar
Intérprete: Ceumar
Composição: Dante Ozzetti
Olhou o mar,
A imensidão,
Mas não desanimou
Deixou o cais
Na embarcação
Remou, remou, remou
Depois cansou
Mas ao tomar
A brisa em alto mar
Sentiu prazer e não voltou, jamais.
O humor do mar
Vigor do sal
O entra e sai
Do anzol
Água
Que deságua em água
Água
Tudo igual
E um barquinho pontual
Fez seu lar
Seu ninho lá
Sozinho ao léu
No chão do céu
Sol a sol
E a lua
Toda noite
Toda sua
Deu ao mar
O que é do mar
O dom de errar
O deus dará
Pau a pau
Pra quê lutar?
Seu lugar é o vão do bote
O mar não pode ali entrar
Oi Malu! Que lindas as fotos! A de Paraty é a mais interessante que já vi sobre a cidade e me faz lembrar a Praça de São Marcos, em Veneza, que deixa as águas entrarem quando a maré se eleva. É mesmo um espetáculo emocionante ver o mar invadindo uma área que pretensamente seria só nossa... Um refúgio e tanto esse que você escolheu!
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