"Absinto" é uma bebida destilada feito da erva Artemisia absinthium. Anis, funcho e por vezes outras ervas compõem a bebida. Ela foi criada e utilizada primeiramente como remédio pelo Dr. Pierre Ordinaire, médico francês que vivia em Couvet na Suíça por volta de 1792.É também conhecido popularmente de fada verde em virtude de um suposto efeito alucinógeno. Absinto, o blog, é um espaço para delírios pessoais e coletivos. Absinte-se e boa leitura.

domingo, 6 de junho de 2010

Marítima


Para cada pessoa existe um refúgio especial. O meu é Paraty. 

Não bastasse toda a magia dos casarios do velho centro, Paraty ainda mantém a ousadia de ter como extensão de suas ruas as águas salgadas que vão além de onde a vista alcança.

Talvez o meu refúgio seja mesmo o mar com sua promessa de mil aventuras, sendo Paraty o meu cadinho de seguridade.

A primeira vez que lá estive, meu coração bateu forte, como se reconhecesse o lugar de toda a minha existência. Desde então, preciso deste ar de maresia mesclado com as tintas dos ateliês e das possibilidades inusitadas que surgem de suas linhas e teares.

Nas vielas, o som de um saxofone convive em harmonia com zamponhas, chocalhos e violas.

Quem é do mar não esconde
Pensamento flutua por entre a espuma branca
A mente um grão que germina
Mansitude, tempestade
Rebeldia, calmaria
Solidão, solitude.
Encontro de peles, temperatura alta
Sem pressa, sem hora, sem demora.
Completamente imersa.

De um lado o mar inebriante, do outro a mata com cenários de jaguatiricas, cachoeiras e alambiques.

Deixo minha Pasárgada com sentimento de amantes que se separam.
No coração o desejo ardente de um breve reencontro.

Parto como um marinheiro sem mar.
Sou um náufrago ao contrário.
Exilada de meu prazer maior, definho até a última gota de sal,
quando é tempo de regressar.




Alto Mar
Intérprete: Ceumar
Composição: Dante Ozzetti

Olhou o mar,
A imensidão,
Mas não desanimou
Deixou o cais
Na embarcação
Remou, remou, remou
Depois cansou
Mas ao tomar
A brisa em alto mar
Sentiu prazer e não voltou, jamais.
O humor do mar
Vigor do sal
O entra e sai
Do anzol
Água
Que deságua em água
Água
Tudo igual
E um barquinho pontual
Fez seu lar
Seu ninho lá
Sozinho ao léu
No chão do céu

Sol a sol
E a lua
Toda noite
Toda sua
Deu ao mar
O que é do mar
O dom de errar
O deus dará
Pau a pau
Pra quê lutar?
Seu lugar é o vão do bote
O mar não pode ali entrar

Um comentário:

  1. Oi Malu! Que lindas as fotos! A de Paraty é a mais interessante que já vi sobre a cidade e me faz lembrar a Praça de São Marcos, em Veneza, que deixa as águas entrarem quando a maré se eleva. É mesmo um espetáculo emocionante ver o mar invadindo uma área que pretensamente seria só nossa... Um refúgio e tanto esse que você escolheu!

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