Retrato da ansiedade |
Entra ano e sai ano é a mesma correria.
Recebi um e-mail de uma amiga outro dia, dizendo que este consumismo desenfreado típico do fim de ano é coisa do demo para nos afastarmos do verdadeiro espírito de Natal. Sabe de uma coisa, eu não duvido.
Mas por eu estar na estatística dos 2 % da população mundial para quem comprar apenas pelo prazer do consumo não está com nada, ainda me resta vivenciar toda a inquietação do que chamo de “Sídrome do 31 de dezembro”.
Até lá, todos os relatórios devem ser devidamente preenchidos, todos os projetos finalizados, confirmar a participação em inúmeros amigos-ocultos, confraternizações e etc e tal.
Este ano não está sendo diferente. E, no ramo em que atuo, eu não só participo de muitas confraternizações, mas as organizo.
Não que eu não goste do que eu faço. Porém, só neste mês, a lista de afazeres inclui:
- um culto ecumênico
- uma missa
- um vídeo
- dois tipos de cartões para serem devidamente etiquetados e enviados
- brinde de fim de ano
- festa beneficente
- árvores para arrecadação de brinquedos em agências bancárias da cidade
- tudo isso com a devida divulgação e cobertura de texto e de foto
- encerrando a temporada com um informativo interno.
Bacana né? Eu adoro. Gosto mesmo. Mas cansa.
E sei que não sou privilegiada neste festival de ansiedade. Em todos os empregos, em todos os lares, os relógios enlouquecem e correm como loucos.
E tudo o que eu queria era ficar em casa com os meus, deixar os pés descalços neste calor dos trópicos, tomar algo refrescante e ouvir uma boa música.
Por isso há dias tento não ligar o computador na minha casa, tento não falar ao telefone e só ligo a TV para o noticiário da manhã. É uma espécie de exílio de sobrevivência.
Precisei ficar exilada até das coisas que mais gosto, como este blog e dos blogs dos amigos, para preserva a minha vida particular e dar a devida atenção à família.
Bom, acho que este é o verdadeiro espírito de Natal, não é mesmo?
Para exemplificar o que estou querendo dizer (embora tenha a absoluta certeza de que não seja preciso, mas fica apenas como um aconchego poético), cito Adélia Prado:
Minha mãe achava estudo
a coisa mais fina do mundo.
Não é.
A coisa mais fina do mundo é o sentimento.
Aquele dia de noite, o pai fazendo serão,
ela falou comigo:
"Coitado, até essa hora no serviço pesado".
Arrumou pão e café, deixou tacho no fogo com água quente.
Não me falou em amor.
Essa palavra de luxo.
a coisa mais fina do mundo.
Não é.
A coisa mais fina do mundo é o sentimento.
Aquele dia de noite, o pai fazendo serão,
ela falou comigo:
"Coitado, até essa hora no serviço pesado".
Arrumou pão e café, deixou tacho no fogo com água quente.
Não me falou em amor.
Essa palavra de luxo.
Poxa, estava mesmo pensando que vc estava sumida.
ResponderExcluirEstava também reclamando dos muitos compromissos do final do ano, mas depois de ler os seus fiquei até achando minha vida tranquila.
Se der, apareça!
Beijos
Malu,
ResponderExcluirA vida nos delega muitos encargos, mas ela os dá a quem possa suporta-los. Cabe a nos desempenharmos as tarefas.
E elas serão bem feitas se feitas com amor, do jeito que você faz.
No poema da Adelia, o filho por não escutar a mãe falar de amor, ele a classifica como artigo de luxo. Mas o amor não esta nas palavras, ele esta nos atos. No amor que se coloca em cuidar de quem a gente ama.
É isso que você esta fazendo, minha amiga, um ato de amor.
Tenho a certeza que quando chegas em casa, chega bastante cansada, mas chega feliz.
bjos
Malu
ResponderExcluirAcho que só o facto de fazermos seja o que for com carinho e amor todo o cansaço é compensatório.
Beijinho
Em atividades que gostamos
ResponderExcluirJamais broxamos
Adoramos!
Então... Beijamos, rsrsrsrs!
Malu,
ResponderExcluirEste ano foi todo pesado, mas no fim de ano a sobrecarga de atividades é algo sureal. Ainda bem, que isso é só um mês no ano!!!!!!!!!!!
Pois é Carol, é porque carrego muita coisa sozinha. Faço porque gosto, mas fim de ano tenho que me dar uma trégua para aguentar lida e morena ! rss
ResponderExcluirBjs,
Oi Lufe, Realmente, você disse tudo, meu amigo. Quando gostamos do que fazemos, nem sentimos o peso. É como dançar a noite inteira, depois tirar o sapato e continuar dançando. Mas tem hora que precisamos dar uma priorizada para dar conta do recado. E neste caso, amigo, família em primeiro lugar, sempre.
ResponderExcluirBeijo grande,
Oi Guará, realmente, quando se gosta, não negamos fogo.
ResponderExcluirBeijo grande,
Querida Mara, só você sabe o quanto este ano foi pesado rs.
ResponderExcluirMas concordo com você, ainda bem que o bicho pega só um mês no ano !!
Beijos, amiga,
Olá Jasmim, sem dúvida, o cansaço é recompensador, quando realizamos projetos.
ResponderExcluirBeijo grande,
Tô dacordo
ResponderExcluire para ser coerente
saio daqui
assim
de repente...
(por enquato encurto comentário, depois se verá...)
Eita Rogério, Depois volta e explica ! kk
ResponderExcluirBj,
Malu
Malu ,
ResponderExcluirÉ a sina do final de ano ...
Não tem jeito!
BjO Grande.
Malu, realmente dezembro vira uma loucura na vida da gente! Eu sempre penso em começar as compras em outubro, cade que eu consigo? Eu também detesto compra, acho uma chatice só, mas é inevitável ainda mais nessa época.Me empresta a bacia com pétalas?
ResponderExcluirbjs bom domingo
Jussara
Oi Jussara, às ordens. Use e abuse!Linda não? rs
ResponderExcluirBjs
Malu, tinha postado aqui antes mas o blogger não colaborou comigo. Sumiu tudo..rs
ResponderExcluirMas é isso mesmo amiga.
Fim de ano, correria para cumprir prazos. Não dá tempo pra muita coisa, não. E nessas horas a gente tem que optar.
Eu mesma tenho deixado o blog um pouco de lado porque senão acho que ía pirar na batatinha.
Que poesia maravilhosa vc escolheu para fechar o post.
AMEI!!
Beijo grande querida
Oi Re,
ResponderExcluirBom te ler novamente. Tudo são fazes, não é?
Agora as coisas estão entrando nos eixos.
Bjs,
Malu,
ResponderExcluirEu conheço este poema de Adélia Prado é maravilhoso!
Tenho sentido os sintomas de fim de ano que agora incluem um início de inflamação na garganta que espero não vire infecção.
Senti tua falta, estive menos presente na minha visita a meus amigos por acá, menos presente para mim mesma, há perdas e há ganhos, estou nesta luta para que os ganhos sejam maiores.
Beijos,
Oi, Malu!
ResponderExcluirVocê está certíssima, Malu. A família, aqueles que amamos, devem estar em primeiro lugar na nossas vidas. Mas, esquece da gente não, viu?
Beijos
Socorro Melo
Oi Socorro. Esqueço não, pode deixar.
ResponderExcluirBjs,
Não dá para se dividir tanto, sendo que quando aperta, a gente tem de preferir a vida pessoal fato em detrimento aos blogs...
ResponderExcluirFique com Deus, menina Malu Machado.
Um abraço.