Há alguns meses ganhei um livreto de uma amiga. O texto, a transcrição de uma palestrar realizada em Madrid no ano de 1990. O autor, Jorge Angel Livraga Rizzi.
De toda a palestra, umas palavras me tocaram em especial e as transcrevo agora:
"As coisas materiais caem, se quebram e se vão. "Omnia transit", tudo passa, tudo caminha, tudo vai ao mar, como as águas dos rios. Tudo tem um destino.
As águas mais puras são aquelas que se golpeiam mais sobre as pedras, aquelas que caem em cascatas e arrebentam em grandes pompas de espuma branca;
as outras, as águas covardes, que ficam quietas em remanso, terminam por entrar em putefração e nenhum ser vivo pode nelas habitar".
Dê você a definição que quiser para destino. O fato é que tudo se esvai. E só faz sentido porque vivenciamos. Por vezes nos sentimos tristes pelas coisas não realizadas, sentimentos e vontades que parecem que ficaram suspensos no tempo. Mas isso também passa.
Há dias estou em estado de suspensão de sonhos. Não que eles não existam em minha mente, mas as águas andam meio paradas pelas bandas de cá. Ando em um estado latente, disperso. Contudo, já percebo uma pequena revolução emergindo em meu sangue.
E eu que sou amante dos rios, já procuro vontades de um mergulho profundo em cachoeiras barulhentas. O burburinho ainda é recatado. Ora cessa, ora desanda a me revolver. Sinto que a energia fugiu de mim, mas o simples ato de estar aqui novamente é sinal de recuperação.
Aos amigos, Ominia transit, acreditem.
É, Malu, somos mesmo como a água em movimento, que nunca é a mesma em um determinado ponto. Estamos destinados a mudar, evoluir... E o que são os golpes da vida senão uma agitação aqui e ali nestas mesmas águas, para preservar sua pureza? Lindo post, viu! Cheio de poesia e uma mensagem danada de profunda!
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