De vez em quando é bom fazer faxina. Limpar a casa é um ótimo remédio para nos sentirmos de bem com a vida. Sabe aquela arrumada nas gavetas, jogar papéis fora, tirar aquele sujinho da tomada atrás da porta que ninguém vê, que sempre te incomoda, mas que você sempre deixa para depois? E aí vem aquele merecido banho, gostoso e relaxante, de quem está em harmonia com o universo.
Mas fazer faxina é cansativo, dá preguiça, é chato. Até que começamos e nos entregamos ao estado de espírito de limpeza profunda da alma. E é nesta entrega que os pensamentos vagam entre uma poeira e outra. Os pensamentos fluem. Chegam e vão, por vezes trazem correntes atormentadas, por vezes leves plainando no ar, por vezes com lágrimas, por vezes com euforia. Mas seja qual for a roupagem, eles chegam, eles vão, pois necessitam dar espaço ao ato de tirar o pó, lavar o chão, limpar e limpar, deixando tudo mais claro. E de alguma maneira este mecanismo de fazer e pensar nos estabiliza por um tempo.
Até que chega a hora em que temos que descer ao porão e enfrentar o que vivemos e o que deixamos de viver. Este é o meu tempo hoje. Necessito ávidamente de retirar toda poeira das minhas veias. Necessito de vida. E de repente me vejo em uma correria louca para realizar todos os projetos que um dia sonhei e deixei, com se não houvesse mais tempo.
Toda dor vale a pena. A minha, a sua. Não preciso de julgamentos nem de perdões. A minha dor é a dor da humanidade. Não há nada de errado comigo e, ao mesmo tempo, há tudo de errado. E simplesmente preciso percorrer este caminho, com sede, fome, cansaço, desânimo.
Que bom seria que tudo fosse fluido como um rio tranquilo. Como o dia em que fazer faxina nos dá prazer (nem sempre). E talvez seja esta a busca do equilíbrio. É preciso encarar a preguiça e o medo de mexer nas coisas lá dentro, mais profundas da minha alma.
Talvez eu volte a fechar a porta. Talvez eu jogue tudo para fora e comece a limpar. Talvez.
Gosto de viver no presente sem buscar no passado coisas que podem me machucar. Passou acabou,o importante a meu ver, é viver bem o agora para ter um futuro risonho.
ResponderExcluirBom fim de semana.
Beijos.
Como diz a Janice do a_maria....
ResponderExcluirÉ proibido calar catarses!
bjo procê
Malu querida
ResponderExcluirExcelente texto de reflexão!
Momento em que estou necessitando demais de encontrar algum equilibrio, estou em busca de ajuda de rececinio, mas não consigo, sendo algo de muito grave que me atormenta, está ultrapassando toda a minha capacidade.
Beijinho e uma flor
É muito comum para mim descer nos porões da minha alma para limpar, vasculhar e jogar coisas foras. Estou numa fase dessa e te digo que tem sido difícil estar comigo mesma. Porque a gente encontra tanta coisa que não presta dentro da gente.. rs
ResponderExcluirBeijocas
Gosto e fico.
ResponderExcluirUm grande bj
Não! Está errada
ResponderExcluirNão deite nada fora, nada, nada, nada
Ah, e não limpe
A alma quer-se manchada
por tudo o que fizemos
por tudo o que nos foi feito
Quem lhe garante que a alma, se limpa
não se torna a sujar com a mesma sujidade?
Faxina?, faça uma redescoberta na cozinha... eu, eu gosto de cozinhar... dá para pensar, combinar, rimar, temperar, alourar... Coisas de espairecer a Minha Alma? Claro. Mas também Meu Contrário que é, como sabe, todo feito de sentidos: o olfacto se abre, o olhar se coloca alarve, o ouvido na fervura e o palato na "tempradura", do sal, da pimenta, do cravinho... Minha Alma se diverte, enquanto o tacho ferve
Não, não jogue nada fora, os restos fazem bons manjares... :))
Essas faxinas são bem necessárias.Lindo e reflexivo texto,Malu! beijos,chica e linda semana!
ResponderExcluirFaxinado os porões da vida ainda resgatei coisinhas que não podem ser descartadas...mantive guardadas eternas amizades mofadas, corações partidos e verdades e mentiras não contadas...guardei-as de volta até ter a coragem de coloca-las ou recoloca-las em seu devido lugar!!!
ResponderExcluirPerdoe os pitacos meus! Bjs!