
Visitei São Paulo e ela não me engoliu. Embora dê medo. Sempre tive medo de São Paulo. Medo do desconhecido, de não conseguir por a vista em tudo. O Rio é diferente. Você tem noção para onde está se indo.
Em São Paulo você anda embaixo da terra. A geografia agride.
Em meus pensamentos, sentiria mais segura em Paris, cidade que espero um dia conhecer, do que na terra de todos os imigrantes.
Depois de algumas poucas viagens para a grande capital – onde a garoa sempre foi minha companheira – me lancei aos túneis e desvendei alguns de seus lugares, não tão secretos, mas decididamente inesquecíveis. Neste dia, enfim, fazia sol.
E gostei. E quero voltar a provar o que provei. Porque todo mundo deve visitar um grande centro de tempos em tempos e lotar os pulmões de gente.
Vale ver vitrines (Desde que não seja em um shopping center, porque estes são os mesmos em qualquer parte do planeta, completamente previsíveis);
ouvir os vendedores de rua, experimentar as deliciosas cores e os irresistíveis aromas do Mercado Municipal;
olhar as caras cansadas de quem volta para casa no metrô, tentar imaginar como é a vida de cada um com quem passamos alguns segundos dentro de um mesmo vagão, para depois se perder e nunca mais se achar.
Em São Paulo se respira cultura, se transpira também. E se inspira.
Uma cidade assim personifica o nosso Aleph interior? Por alguns dias, com certeza.
No ato de descer a primeira plataforma, completamente sozinha, senti a coragem de Micael. (para quem não sabe, a primavera é a época de vencer batalhas internas).
Encontrar amigos que te acolhem, a cerveja gelada, os sorrisos de novos conhecidos. A despedida. E na volta solitária, o reencontro, o estar plena de vida, ouvir e dizer “te amo”.